Com o fim dos anos de guerra e do racionamento de tecidos, a
mulher dos anos 50 se tornou mais feminina e glamourosa, de acordo com a moda
lançada pelo "New Look", de Christian Dior, em 1947. Metros e metros
de tecido eram gastos para confeccionar um vestido, bem amplo e na altura dos
tornozelos. A cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além
das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias.
Com o fim da escassez dos cosméticos do pós-guerra, a beleza se tornaria
um tema de grande importância. O clima era de sofisticação e era tempo de
cuidar da aparência. A maquiagem estava na moda e valorizava o olhar, o que
levou a uma infinidade de lançamentos de produtos para os olhos, um verdadeiro
arsenal composto por sombras, rímel, lápis para os olhos e sobrancelhas, além
do indispensável delineador. A maquiagem realçava a intensidade dos lábios e a
palidez da pele, que devia ser perfeita.

Em 1955, as revistas Elle e Vogue dedicaram várias páginas de sua
publicação às coleções de prêt-à-porter, o que sinalizava que algo estava se
transformando no mundo da moda. Uma preocupação dos estilistas era a
diversificação dos produtos, através do sistema de licenças, que estava
revolucionando a estratégia econômica das marcas. Assim, alguns itens se
tornaram símbolos do que havia de mais chique, como o lenço de seda Hermès, que
Audrey Hepburn usava, o perfume Chanel Nº 5, preferido de Marilyn Monroe e o
batom Coronation Pink, lançado por Helena Rubinstein para a coroação da rainha
da Inglaterra. Dentro do grande número de perfumes lançados nos anos 50, muitos
constituem ainda hoje os principais produtos em que se apóiam algumas maisons,
cuja sobrevivência muitas vezes é assegurada por eles.
Sara Bacelar e Yasmim Dias